Preguiça? Falta de tempo? Indicação? Transmetropolitan é obrigação!
Ah, férias! Esse doce paraíso pragmático de esperar o ano inteiro e não fazer absolutamente NADA! E nós da Pandemonium também somos filhos dessa terra desgraçada, e temos direito a isso. E nada mais justo do que colunas curtas, drops absurdos para nossos três fiéis leitores, enquanto terminamos de editar todos os podcasts que já foram gravados, e alguns que jamais serão soltos, mas editamos mesmo assim, afinal, o dever nos chama!
Hoje o papo é simples, dimensional e Vertigo! Pra você que é fã de quadrinhos CyberPunk e por algum motivo nunca leu essa porra, aonde claramente tu tá errado pra caralho. Se você, jovem chupim mutante que é fã de coisas como Mad Max, Matrix, Black Mirror e conspirações políticas futurísticas, você veio ao lugar errado na hora certa! E aqui seguimos, nessa praia criada pelo meu subconsciente, após descargas de morfina, cerveja barata e um Unplugged do Nirvana.
Transmetropolitan é uma utopia desenvolvida pelo mestre Warren Ellis no ano de 1997, sendo publicada originalmente até 2002. Nós sabemos que o lançamento de publicações decorrentes de outros países chega com atraso até nós, o que claramente faz com que a Vertigo transforme estes arcos em encadernados, que foram concluídos alguns anos atrás, fechando com 7 edições, que variavam no valor de R$70, e ainda podem ser encontradas em lugares como Saraiva, Leitura e uma coisa que chamamos de internet, caso você esteja tendo contato com ela hoje!
A trama se desenvolve em volta de Spider Jerusalem, um jornalista paranoico e terrorista que não tem medo de entregar para as pessoas o jornalismo que elas merecerem. E em pleno século 23, Spider está em seu retiro de escroto aposentado, barbudo, ermitão e morando numa fortaleza nas montanhas, com sistemas de segurança avançados para que sua paz não seja tropeçada. Mas o retirado jornalista deve publicações de alguns livros para o seu editor, o que fazem com que ele retorne a vida caótica da cidade, da qual ele não via por cinco anos.
Um mundo unificado entre alienígenas, ciborgues, computadores, violência, caos, consumo, corrupção, pessoas sendo revividas por criogenia e sendo largadas a mercê da própria sorte da rua, doses de crítica sobre o racismo em torno de seres alienígenas e a homofobia entre diversos gêneros que se fazem presentes na Terra, Transmetropolitan é uma alegoria aos problemas dos anos 90/00 de forma absurdamente criativa e violenta! Algumas pessoas até mesmo se converteram ao que chamam de ”Foglets”, nanomáquinas espirituais em forma de nuvens, uma espécie de transcendência do corpo para ser eterno, e além claro, de um abuso explosivo de religiões que aparecem na cidade como uma espécie de bactéria a cada segundo que passa.
De volta nessa porra, Spider Jerusalem precisa voltar a sujeitar seus editoriais para Royce, que edita o maior jornal da cidade. Logo de cara, o primeiro trampo de Spider é demonstrar as riots do movimento transitório, pessoas com modificações de corpo genético baseadas em DNA alienígena, para se tornarem de outra espécie, sendo assim marginalizados e forçados a viver na Favela dos Anjos, aonde são liderados por Fred Cristo. Jerusalem utiliza de todo seu jornalismo agressivo para intensificar o motim, participar dele, ser espancado pela polícia e explodir nos jornais!
Cada vez mais e mais na trama, Spider volta a ser um jornalista consagrado, explodindo opiniões da mídia popular que clamam por suas notícias, que aparecem de minutos em minutos em super telas que lembram exatamente George Orwell em 1984, e se você é fã desse tipo de leitura, é a pedida certa pra você!
**Obs: Peço desculpas pelas constantes imagens em inglês, tento ao máximo retirar dos quadrinhos que tenho ou de PDF’s traduzidos, mas dessa vez não tive tempo.